sábado, 17 de outubro de 2009

Os ministros e os mistérios de Deus (1 Co. 4. 1)




Em que consiste a tarefa do ministério? Porque somos ministros? Qual é o alvo do ministério? Porque tomamos este trabalho? Temos os ministros e o ministério, ambos juntos e separados, como disse um velho amigo, como cano de garrucha. Os ministros são homens que foram chamados, e consagrados para a sublime tarefa do ministério. O ministério é a tarefa segundo a qual devem cumprir todos os ministros
que foram consagrados exclusivamente para este fim. O ministro é um homem, com todas as características de todo ser humano. Será que o homem é ministro por apenas ser homem? Ou será que a nele uma qualidade extraordinária, pela qual Deus o chama consagra e confia a ele tão grandiosa tarefa? Estas perguntas gritam por respostas, mas acho que não faríamos as perguntas se não soubéssemos a resposta. E o ministério? O ministério é o trabalho ou oficio ao qual Deus confia aos ministros. O ministério é na verdade o ministério da palavra e dos sacramentos. Eles são identificados por Paulo como os mistérios de Deus. Esta definição de ministério me deixa na perplexidade. Como podemos, nos homens, sermos ministros dos mistérios de Deus? Somos humanos, e por isso não podemos ser ministros dos mistérios de Deus. Como ministros temos uma obrigação que somos incapazes de cumprir. Independente de nossas capacidades intelectuais, tipo teologia, ou qualquer outro tipo de ciência, não somos aptos, e nem temos condições de sermos ministros dos mistérios de Deus. Deus é o one que não permite ser manipulado. Não podemos conhecer a Deus por nossos próprios esforços. Não podemos trazer Deus ao nosso controle, e usa-lo. Ele é como expressou Lutero, O Deus absconditus. O humano só pode apoderar-se e conhecer apenas o que é humano. Nisto consiste nossa perplexidade e impossibilidade: os ministros devem ministrar os mistérios de Deus, contudo não são capazes de ministrar os mistérios de Deus. Se parássemos por aqui, o que seria do nosso ministério? Ainda bem que a historia de Jesus Cristo não esta restrita ao antigo testamento. Pois ali o Deus santo esta totalmente distante do homem. Mesmo com tanta distancia, vemos no antigo testamento homens, como, Jeremias, Oseías, Moises, Jonas, ou Isaias, foram literalmente ministros dos mistérios de Deus, e que não tinham do que se gloriar, e, portanto nenhum ministro da atualidade desejaria estar no lugar deles. E os ministros do novo testamento? Aqui o Deus distante, alto e sublime, torna-se o Deus homem, e abita com o homem. O que devo dizer de João Batista, que serve apenas de transição, e tem sua cabeça oferecida em uma bandeja? E Paulo, homem extraordinário na evangelização e responsável pela maior parte da literatura do novo testamento? Quem em Sá consciência gostaria de passar o que Paulo passou? E Pedro? E João? Pense no seu ministério e responda para si próprio, você é um ministro de Deus? Você esta apto para ser um ministro de Deus? Para ser um ministro de Deus, o homem deve esvaziar-se de si mesmo e estar totalmente receptivo. Pois onde termina o aniquilamento do homem, começa a regeneração e o avivamento de Deus. Deus não esta a procura de homens aptos cheios de si, Deus esta a procura de homens vazios de si, para que ele possa enchê-los e usa-los como lhe apraz. Os homens que já são capazes lutam sua própria luta, e são dignos de seu salário. Devemos admitir nossa incapacidade se sermos ministros de Deus. E ao mesmo tempo reconhecer nossa obrigação de sermos ministros dos mistérios de Deus. Pois Deus só chama e capacita homens. (as mulheres são a exceção de Deus para o ministério). Nos ministros vivemos em um mundo totalmente diferente do mundo de Paulo ou João. A cosmo visão deles não deve ser o nosso critério. Aquele que os arregimentou, este sim, é atual e totalmente comprometido com o mundo atual. Ser ministro nos dias atuais é uma busca prioritária dos homens de igreja. Pois os ministros atuais são os homens da vez. O ministro de hoje é um homem bem sucedida, veste terno de cinco mil reais e não pelos de camelo. Come só caviar, nunca mel silvestre. Viajam apenas de avião, nunca a pe ou de navio como encarcerado. Não trabalham fazendo tendas, mas estipulam o preço de seus sermões. E a quem pague por eles. Ser ministro hoje é o cume mais alto do eclesiasticismo. O ministro de hoje e o grande homem de Deus. Todos o querem, todos o honram, todos o amam. Ninguém o despreza. Consegue ver o quanto os ministros de hoje são diferentes dos ministros do novo testamento? Este e o ponto. O Deus de Paulo e do novo testamento não mudou, nem tampouco sua palavra, que se fez carne. Os dias atuais gritam por ministros conforme o modelo esboçado por Paulo em suas cartas. Deixe-me usar uma palavra soteriologica, conversão, este é o chamado de Deus para a ultima hora. Pois a ultima hora, é a hora dos ministros amantes de si mesmos. Ao invés de servir querem ser servidos. Nosso ministério é sermos ministros dos mistérios de Deus, e não ministros de nós mesmos. Paulo renunciou grandes coisas, para unicamente servir sem parreiras, inclusive a coisa mais extraordinária que Deus criou para a satisfação humana. Deixe-me fazer um ultimo pedido. Ministros não saiam das galés. Se algum de vos saiu das galés e foi para o convés, o senhor do barco o chama, volte para as galés. Levante-se da mesa, tire a túnica de príncipe, cinja-se com uma toalha, pegue a bacia, coloque água, e, portanto, cumpra o seu ministério.

Pb. Juliano da Silva
Setembro 2009


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